O desconhecido

              

 Sei que existem bilhões de pessoas neste mundo. Mas algo me diz que em algum lugar existe alguém que seja um pouquinho mais legal que todas as outras.

Tem um alguém por aí !

Alguém espalhado no meio desta vasta multidão que em algum momento irei encontrar no caminho da vida, pensar assim me traz tranquilidade.

  Eu não estou a procura dela, assim como ela não está por mim. Estamos aí, soltos e dispersos, para que num ponto cruzado acabemos nos esbarrando. Não que isso vá acontecer num impacto fulminante através do qual as presenças sejam recíproca e inquestionavelmente percebidas dentro de uma faísca de tempo.

Não, não será assim.

  Digamos que sua presença será percebida quase sem ser. Como alguém que de repente faz um comentário simples e inteligente na fila do banco e acaba por chamar a sua atenção. E, então, haverá a percepção mútua de antigos conhecido-desconhecidos. Algo que durará por nada menos que muitos anos.

     Sendo assim, há de se ter paciência, as coisas acontecem macias quando vão devagar e também é necessário tempo para ir descobrindo e construindo habilidades. Afinal, vai que seja eu quem terá de fazer o comentário simples e inteligente?